segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Independente joga bem, mas deixa escapar a vitória e é derrotado pelo Remo

Foto: Mário Quadros


No último sábado (21), o mais difícil para o Clube do Remo, na partida válida pela terceira rodada do Campeonato Paraense, não foi fazer o gol da vitória, mas sim suportar uma pressão em praticamente todo o jogo, principalmente no segundo tempo, que quase transformou a viagem do Remo a Tucuruí no mesmo pesadelo do ano passado, quando o time foi eliminado do Parazão pelo Independente. No entanto, graças ao entrosamento do seu setor defensivo, com sorte, muita sorte e com o oportunismo de um artilheiro, o Leão saiu da Terra da Energia com três pontos na bagagem e a liderança isolada do campeonato. Para o Galo Elétrico, restou a lanterna da competição e aquela velha máxima do futebol: quem não faz, leva.

O sábio do futebol que criou esse bordão deveria estar assistindo uma partida de futebol como foi a de sábado: só no primeiro tempo, foram quatro bolas na trave. Duas para cada lado. Mas, quem levou mais perigo foram os donos da casa. O Independente mostrou sua força logo aos 11 minutos, com Alexandre, que recebeu sozinho e chutou na trave. Mais tarde, por volta dos 34 minutos, o atacante Ró - sim, o mesmo que passou meses e meses sem marcar um gol com a camisa do Remo - recebeu um cruzamento e, de cabeça, parou no travessão.

Mais acanhado que os tucuruienses, o Leão só conseguiu responder com Panda, que soltou uma bomba em cobrança de falta que explodiu no travessão e em um escanteio do garoto Betinho que quase complicou a vida do goleiro Dida, quando a bola também encostou no travessão, antes de ir para fora.

O segundo tempo foi prejudicado pela chuva. E junto com ela, veio o futebol do Independente. Foi só sufoco na área dos azulinos. Logo aos seis minutos, o Independente construiu boa jogada com Marçal que tocou para Gian, e ele, de frente para o gol, viu o goleiro Jamilton adiantado e tentou encobri-lo, mas a zaga cortou em cima da linha. Os visitantes não passavam do meio de campo e o Independente era o dono do jogo. Com o gramado pesado, o jogo ficou feio: jogador caindo, muita trombada, chutão e bate e rebate. Gian, que não gosta desse tipo de jogo e já estava cansado, aproveitou para sair. Sorte dos azulinos, azar dos tucuruienses: se o jogador diferenciado do Independente pediu para sair, o do Remo estava em campo. Aos 40 minutos, depois de tantas tentativas do Galo, um chutão para isolar a bola veio parar nos pés de Joãozinho.

Ele se atrapalhou com o zagueiro e o goleiro do Independente. A bola sobrou sozinha para Marciano, que tocou com categoria para o fundo das redes. 1 a 0 e fim de papo para o alívio dos visitantes.

Mas o que vale são os três pontos...

A maioria dos jogadores entrevistados, após a vitória sobre o Independente, admitiu que o Clube do Remo não conseguiu se apresentar bem. De qualquer forma, os atletas exaltaram a terceira vitória consecutiva que forneceu aos azulinos a liderança isolada do Parazão. “Hoje (sábado) sabemos que não jogamos bem e, em um contra-ataque, ganhamos o jogo. Futebol é assim: quem não faz, leva”, resumiu o zagueiro Juan Sosa.

“Foi um jogo bastante difícil. Tivemos que nos posicionar bem ali na cobertura aos companheiros do meio de campo para suportarmos a pressão e construir os contra-ataques”, narrou o volante Adenísio. Já para o técnico Sinomar Naves, a chuva afetou o desempenho da sua equipe. Segundo ele, seu time é acostumando a jogar no toque de bola, o que, com a chuva, fica impossível de acontecer.

“Faltou, para nossa equipe, trabalhar a bola. Mas, com essa chuva nem foi tanta culpa dos jogadores. Betinho, Adenísio, entre outros jogadores, não têm o porte físico avantajado e precisam do campo seco. Mas, tivemos a competência de suportar as dificuldades impostas por um adversário difícil e sairmos com uma nova vitória. Isso é o mais importante”, analisou.

E o Doutor Marciano desencantou
Marciano é conhecido como o atacante interplanetário. Mas, agora, ele pode ser chamado de Doutor Interplanetário. Formado em direito, o jogador foi aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), teste que dá o direto ao bacharel exercer, de fato, a profissão de advogado. Para comemorar a aprovação, o atacante do Leão tinha prometido um gol.

No último sábado, ele veio. Porém, o atacante e advogado avisa. “Esse ainda não foi o gol da comemoração”, disse ele, ao fim da partida. “Quero deixar essa comemoração no Baenão ou no Mangueirão com casa cheia”, pretende. O gol, contra o Independente, foi o seu primeiro gol oficial nesse retorno ao Baenão. E se ele ainda não serviu como celebração pelo exame da ordem, o “Dr. Interplanetário” preferiu destacar a maturidade da equipe por suportar 45 minutos de pressão, além das adversidades causadas pela chuva, que caiu fortemente durante quase todo o segundo tempo.

Na avaliação de Marciano, foi justamente essa dificuldade que ajudou o Clube do Remo sair com a vitória. “Por incrível que parece, as condições ruins do gramado foram as que nos proporcionaram as condições de ganharmos a partida”, analisa. O atacante conta que bateu na bola com consciência no lance do gol. “Dei um toque na bola sabendo que ela daria um quique antes de entrar”, garante. E quem vai duvidar do mais novo advogado do Baenão?. (Com informações: Diário on line)

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